A quinta-feira em Caratinga está mais com cara de domingo. Poucos carros nas ruas e é até possível encontrar vaga de estacionamento no centro comercial. Este é apenas um dos reflexos da falta de combustíveis nos postos. As poucas alternativas de abastecimento se esgotaram no início da noite de ontem e com menos gente circulando pela cidade, os comerciantes, assim como os frentistas dos postos, estão de braços cruzados dentro das lojas.
A empresa de ônibus responsável pelo transporte público no município, que também faz várias linhas entre as mais de dez cidades da microrregião disse ter combustível para até sábado e se prepara para um plano de emergência, caso a situação não se normalize até lá.
Os supermercados informam ter estoque para até este fim de semana, mas produtos perecíveis começam faltar. A comercialização de hortifrutigranjeiro teve um “baque” significativo nesta quinta. Hoje foi dia de Ceasa e o movimento caiu mais da metade, segundo o vice-presidente da Associação dos Produtores de Hortifrutigranjeiros de Caratinga e Região, José Paulo Botelho.
Os preços dos produtos disponíveis não se elevaram hoje, mas se o movimento grevista se mantiver, os produtores não terão o que comercializar na próxima segunda-feira.
O impacto da paralisação da Ceasa vai da microrregião de Caratinga até o Vale do Aço, onde vários supermercadistas dependem da produção agrícola desta região para serem abastecidos.