O delegado regional Ivan Sales, o delegado Luiz Eduardo Gomes e o promotor de Justiça Jorge Victor Cunha falaram na noite dessa sexta-feira (29) sobre a prisão do prefeito de Ubaporanga, Gilmar de Assis. O prefeito é acusado de ter tentado matar o presidente da Câmara e vereador de Ubaporanga, Jorge Siqueira, na noite do último dia 20 de maio. A prisão aconteceu dentro da prefeitura de Ubaporanga, nessa sexta-feira, sem transtornos, segundo a Polícia Civil.
Como a Rádio Cidade vem divulgando, o vereador Jorginho teria sido perseguido de carro, no centro de Ubaporanga, pelo prefeito e dois irmãos dele (que moram no Rio de Janeiro). O vereador contou que o prefeito bateu na traseira do carro dele e, ao tentar evitar a abordagem, seguiu para a BR-116, onde o prefeito teria atirado contra ele cinco vezes. O vereador conseguiu se distanciar e se dirigiu à delegacia de Caratinga, onde pediu apoio.
O delegado Luiz Eduardo Gomes está à frente do inquérito e disse que foram colhidas provas do crime já no primeiro dia da investigação.
O delegado também disse que imagens de câmeras de segurança de estabelecimentos de Ubaporanga mostram os acusados e a perseguição.
A arma apreendida, e que supostamente foi utilizada no crime, foi recolhida depois que o prefeito informou à polícia onde ela estava. O delegado regional Ivan Sales destaca que a pistola recolhida não é um tipo de arma encontrada normalmente na região.
O Ministério Público pediu a prisão preventiva do prefeito. De acordo com o promotor de Justiça Jorge Victor Cunha, o crime se assemelha a práticas do tempo do coronelismo.
Diversos procedimentos investigatórios estão em curso na promotoria de Justiça, desde de 2017, apontando irregularidades na gestão do prefeito Gilmar de Assis.
Apesar do juiz de plantão ter determinado medida de distanciamento e escolta do presidente da Câmara, o Ministério Público julgou que as medidas protetivas não poderiam não ser suficientes para evitar um outro episódio. O promotor Jorge Victor explicou que a prisão preventiva do prefeito Gilmar de Assis também se justifica pela gravidade dos fatos.
No dia seguinte ao episódio, o prefeito Gilmar de Assis disse à Rádio Cidade que os fatos narrados pelo vereador Jorginho não correspondiam ao que realmente aconteceu. Ele confirmou ter tentado se aproximar do vereador de carro, naquela noite do dia 20 de maio, mas negou ter atirado ou envolvido os irmãos dele na perseguição. Além disso, o prefeito de Ubaporanga disse que a diferença com vereador é pessoal.
O prefeito foi encaminhado para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional, Ceresp, da Gameleira, em Belo Horizonte, e não para o presídio de Caratinga, por causa do cargo que ocupa. A prisão dos irmãos dele, Marco Antônio de Assis Rodrigues e Flávio de Assis Rodrigues não está descartada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público.