A Prefeitura de Caratinga manteve a proposta de compra do sulfato de hidroxicloroquina e ivermectina para tratamento precoce da Covid-19 de pacientes em isolamento domiciliar. Uma nova licitação foi aberta depois que a primeira, promovida no dia 20 de julho, não conseguiu contratar fornecedor. O pregão está marcado para 11 de agosto, às 9h, e o edital está publicado no site da prefeitura.
Conforme divulgado pela Rádio Cidade, as empresas que participaram do último pregão presencial alegaram que não estão conseguindo encontrar os fármacos no mercado. Devido à grande procura pela população em geral durante a pandemia de coronavírus, os laboratórios não estão dando conta de atender a demanda. Por este mesmo motivo, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Anvisa, tornou obrigatória a apresentação de receita em duas vias para compra desses medicamentos nas farmácias. Dessa forma, pretende garantir assistência àqueles que dependem deles para tratarem suas doenças.
Desde 2 de julho a Secretaria de Saúde de Caratinga trabalha com um protocolo que sugere a administração de vários medicamentos, logo no início dos sintomas da Covid-19, para tentar evitar o agravamento da doença e uma possível internação hospitalar. Além dos dois já citados, também constam nesta relação o antibiótico azitromicina; o antiparasitário e antiviral nitazoxanida, o anticoagulante enoxaparina e o sulfato de zinco. Nenhum dos medicamentos propostos tem eficácia comprovada por meio de estudos científicos. Mas, segundo a prefeitura, observações clínicas indicam que eles podem evitar a evolução dos sintomas para quadros graves. A indicação e o uso dependerão da avaliação médica e do consentimento do paciente.
Em julho, a prefeitura licitou sulfato de zinco, enoxaparina e nitazoxanida. Estes três medicamentos foram licitados em R$ 4 milhões e 264 mil. A cotação da hidroxicloroquina e da ivermectina prevê gastos de cerca de R$ 713 mil. A compra de medicamentos para este protocolo totaliza mais de R$ 7 milhões.
Desde março o presidente Jair Bolsonaro vem afirmando que a hidroxicloroquina está disponível para os estados e municípios que queiram utiliza-la no tratamento da infecção pelo novo coronavírus. A Prefeitura de Caratinga, contudo, diz que a distribuição não está acontecendo e, por isso, precisa gastar mais de R$ 400 mil nesta compra.