A Polícia Civil já descarta a possibilidade de que Reginaldo Ferreira de Souza, o assassino confesso da enfermeira Priscila Cardoso, tenha tido um relacionamento íntimo com ela. A partir do depoimento do autor e dos elementos colhidos até agora no inquérito, fica difícil acreditar na versão de Reginaldo para o que aconteceu. Segundo o investigado, Priscila morreu durante uma discussão entre os dois, quando ele disse não aceitar o fim do relacionamento. A arma que ele apontou para ela teria disparado acidentalmente.
O corpo de Priscila Cardoso, de 35 anos, foi encontrado cinco dias depois de seu desaparecimento, depois da prisão do autor em Guarapari, na última sexta-feira (19). Ela foi abordada na saída do trabalho, em uma unidade de saúde, por volta das 16h. O desfecho do caso chocou a região.
O delegado Alexsandro Silveira Caetano disse que Reginaldo Ferreira não soube informar, nem mesmo, qual o nome completo e o telefone da vítima.
A polícia trabalha com a tese de que o criminoso tinha um carro encomendado para ser clonado em Teixeira de Freitas com as características do carro da enfermeira. Tudo aponta para o plano de levar o veículo para a oficina da Bahia, onde ele foi encontrado. Em seguida, Reginaldo embarcaria em um ônibus para Ipatinga, com passagem comprada antecipadamente. Ele estaria de volta, em casa, menos de 24h depois do roubo, se tudo desse certo. Este seria um bom álibi para não relacioná-lo ao delito.
Além do avanço nas investigações, o delegado informou hoje (23) que o laudo do IML identificou lesões que comprovam que a enfermeira foi agredida antes de ser morta.
Priscila foi encontrada com a calça aberta e está sendo especulada a possibilidade de que tenha sido violentada sexualmente. De acordo com o delegado, a hipótese ainda está sendo averiguada e a calça pode ter sido aberta por outra razão.
Reginaldo Ferreira, também conhecido como “Pau Veio”, é natural de Caratinga e tem 49 anos. Desde que atingiu maior idade, tem acumulado delidos em diferentes cidades. Chegou a cumprir pena em regime fechado por homicídio. Tanto tempo no mundo do crime faz com que muitos indivíduos com esse perfil se tornem especialistas nas principais leis do código penal. Delegado Alexsandro acredita que o autor tenha apresentado a versão para um crime que seria de feminicídio e sem intenção de matar para escapar de uma pena maior.
O homem que confessou ter matado a enfermeira foi agredido no Ceresp de Ipatinga pelos detentos e precisou ser atendido na UPA para tratar de cortes na cabeça. Agora, está em uma cela separada da unidade prisional à disposição da justiça.