Produtores de Caratinga conquistam 1º lugar no Concurso de Qualidades do Café da Emater

Por Rádio Cidade

15/12/2022 às 11:58

Muito provavelmente já ouviu falar em “cafés especiais”. O termo é relativamente recente, mas a produção e a comercialização desta bebida com padrão de qualidade mais elevado vêm conquistando cada vez mais brasileiros, e o mercado internacional consumidor, com grande velocidade.

A região de Caratinga, como também sabemos, está entre as maiores produtoras de café do estado. Mas, infelizmente, não era uma referência de bebida fina. “Não era”, porque a reputação começa a mudar. Mudança que vem inevitavelmente acompanhada do aperfeiçoamento de técnicas e trabalho dedicado dos produtores.

No último sábado (10), os melhores cafés especiais foram premiados no 5º Concurso de Qualidade dos Cafés da Região de Caratinga. A cerimônia de premiação aconteceu no Shopping Vale do Aço, em Ipatinga, em meio à 2ª edição do evento Estação Cafés Especiais, que também marcou os 74 anos da Emater-MG.

Participaram do concurso produtores de Bom Jesus do Galho, Caratinga, Imbé de Minas, Inhapim, Piedade de Caratinga, Santa Bárbara do Leste, São Domingos das Dores, São Sebastião do Anta e Ubaporanga. Cada um concorreu em uma das duas categorias: natural ou cereja descascado. Sendo que houve premiação para aqueles que se destacaram dentro de cada município e a nível regional, mais abrangente.

O extensionista da Emater, responsável pelo programa Certifica Minas Café e um dos organizadores do concurso, Geraldo Régis, diz que o evento é parte de um projeto que objetiva melhorar as práticas da produção cafeeira para alcançar mercados e consumidores mais exigentes.

Para ser considerado especial, o café precisa atingir, no mínimo, 80 pontos, dentro de uma escala internacional de classificação. Para alcançar esse resultado, não há outro caminho senão muito trabalho no campo e busca por conhecimento. Geraldo Régis explica que dez pontos são avaliados.

As amostras do concurso foram classificadas junto a amostras de todo o estado e receberam um código. Assim, a pontuação foi dada sem que o classificador soubesse, previamente, qual a origem do café. Caratinga se saiu bem nas classificações, conquistando o primeiro lugar nas duas categorias.

 

Cereja descacado

Na premiação regional da categoria cereja descascado, o produtor Anderson Quintela Soares, de São Domingos das Dores, conquistou o terceiro lugar. O café de Cláudio Leitão, do distrito de Dom Modesto, em Caratinga, se classificou em segundo lugar. Já o primeiro lugar do cereja descascado foi para Paulo César Fernandes, o “Paulinho Maria”, outro produtor de Caratinga, com propriedade no distrito de Santa Luzia.

 

 

A esposa de Paulinho, dona Marlene, conta que quase toda a fazenda é mecanizada e a altitude entre 900 e 1000 metros, aproximadamente, favorece muito a produção de cafés especiais – que é parte do trabalho desenvolvido em Santa Luzia. O cereja descascado especial desses produtores se chama “Barão de Itaperuna”.

 

 

 

Natural

Na categoria natural, dentro da premiação regional, Elizângela Paulina da Silva Oliveira, de Piedade de Caratinga, ficou em terceiro lugar. Em segundo, José de Lurdes Batista, do distrito de Patrocínio, em Caratinga. O primeiro lugar na categoria natural teve empate técnico entre cafés produzidos por duas mulheres. As vencedoras foram Síntia Cristina de Oliveira, de São Domingos das Dores, e Lorena de Oliveira Campos, do Córrego do Lage, de Caratinga.

 

 

Lorena tem apenas 25 anos e se apaixonou pelo café especial recentemente. A mãe de 56 anos sempre trabalhou com café desde jovem mas, agora, as duas conquistam reconhecimento no primeiro ano de produção com café de qualidade superior.

 

 

O café de Lorena e da mãe será comercializado a partir do próximo ano com o nome “As Duas”. Para ela, o resultado do concurso da Emater foi consequência da dedicação em todo o processo.

 

O produtor Isaque Batista, de Patrocínio, tem orgulho do trabalho que vem sendo realizado nos últimos quatro anos na produção de café especial. Os quatro integrantes da família, pai, mãe e os dois filhos, se dedicam à lavoura e a busca por aperfeiçoamento rendeu premiação em 2020. Agora, veio o segundo lugar na categoria natural do concurso da Emater.

 

 

 

Isaque fala da experiência sensorial do café premiado, o “D’Luca”.

 

 

O trabalho continua.

 

 

Parabéns aos vencedores e a todos os produtores de café da região que buscam evoluir para buscar novos mercados com produtos de qualidade, sem esquecer, como disse Isaque, da responsabilidade ambiental.