A Polícia Civil deu detalhes da Operação Forasteiros que investiga integrantes da organização criminosa que dominou o setor de licitações da Prefeitura de Caratinga para desviar dinheiro público por meio de fraudes. Nessa segunda-feira (24) o delegado regional Ivan Sales, o delegado responsável pelo inquérito, Luiz Eduardo, e o investigador Rodrigo receberam a imprensa para uma coletiva na delegacia às 21h30.
Depois de semanas de investigação e de um dia inteiro de operações para cumprir seis mandados de busca e apreensão e de prisão temporária, o delegado Luiz Eduardo Gomes afirma que há grande volume de provas que confirmam as fraudes. Em menos de três meses de atuação na prefeitura, no mandato do prefeito Dr. Giovanni que se iniciou em janeiro, as licitações irregulares somaram R$ 38 milhões.
Luiz Eduardo explica que o ex-assessor executivo da prefeitura, Flávio Araújo, foi quem recrutou o grupo criminoso para ocupar cargos do primeiro escalão da prefeitura. Essas pessoas também atuam em outros municípios concorrendo em licitações utilizando o mesmo esquema.
A rápida ação do Ministério Público e da Polícia Civil impediu que o valor milionário e superfaturado dos contratos do setor da Educação fosse desviado. O delegado regional Ivan Sales e delegado Luiz Eduardo também destacaram que os criminosos tentaram fraudar licitações no setor da Saúde e se preparavam para se beneficiarem das contratações para a secretaria de Obras da prefeitura de Caratinga.
Cinco mandados de prisão foram cumpridos. Entre os presos temporariamente estão a secretária de Educação de Caratinga, Alverina Mariana, e o ex-assessor do executivo Flávio Araújo. O mandado de prisão em aberto é para a ex-secretária de Planejamento e Fazenda, Fernanda Oliveira, a “super secretária”.
Em episódio de ampla repercussão, no dia 11 de março, Fernanda foi escolhida para responder por todas as deliberações da prefeitura, na ausência do prefeito, por meio de decreto. Três dias depois o decreto foi revogado, mas ela continuou tendo grande influência nos rumos da administração. O fato levou o vice-prefeito, Ronaldo da Milla, a romper com o grupo de Dr. Giovanni.
As provas e os aparelhos eletrônicos recolhidos na operação de ontem em vários endereços dos investigados começam a ser analisados já nesta terça-feira.
Coletiva completa sobre o caso: