Pesquisadores da Fundação Dom Cabral (FDC) fizeram um mapa dos pontos críticos de rodovias que cortam Minas Gerais e a conclusão apontou o que todos já sabemos: a necessidade de mais investimentos para diminuir o número de acidentes e mortes nas estradas.
Os dados são de um raio-X de 200 mil quilômetros de rodovias feito no país que mostrou que quase a METADE delas – 45,3% – está em condições ruins. Nos trechos sem acostamento, com pista e simples e pouca sinalização acontece a maior parte dos acidentes. Esse foi, por exemplo, o cenário da tragédia ocorrida no Norte de Minas, em Francisco Sá, recentemente. Oito pessoas morreram e 64 ficaram feridas em um engavetamento envolvendo 11 veículos na BR-251.
A BR-381 que liga Minas Gerais ao Espírito Santo tem pista simples e o trânsito é pesado. A esperada duplicação até já começou, há cinco anos, mas as obras vêm se arrastando e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) não tem previsão de quando serão entregues. No ano passado, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), mais de 200 pessoas morreram em acidentes nessa estrada na 381.
O pesquisador da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, diz que uma matriz de transporte diversificada precisa ser criada:
Tocador de áudioNos trechos administrados pela iniciativa privada, temos estradas em boas condições na maioria dos casos. De acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), dos cerca de nove mil e duzentos quilômetros de estradas privatizadas, aproximadamente três mil quilômetros precisam ser duplicados, mas somente 570 estão prontos.
A previsão dos pesquisadores é de uma piora significativa das estradas, em um futuro bem próximo, mesmo com os investimentos programados.
Tocador de áudioA ANTT informou que as concessionárias que não cumprem prazos de duplicação das rodovias concedidas podem ser multadas ou perder a concessão.
Sobre a duplicação da BR-381, o Dnit informou que os atrasos foram provocados pela complexidade da obra e pela restrição orçamentária.