Sem dinheiro para pagar despesas e até salários, prefeitos de cidades mineiras estão decretando estado de calamidade financeira devido à falta de repasse de verbas do Governo do Estado. Desta vez, o prefeito de Ipaba, Geraldo dos Reis Neves, baixou decreto para impor medidas administrativas que reduzam gastos. Entre elas, suspensão de obras que necessitem apoio das máquinas do município, exceto em caráter emergencial, suspensão de pagamento de horas extras, diárias, despesas com viagens, indenização de férias e festividades.
O decreto vale até 12 de fevereiro do próximo ano, podendo ser estendido, se for preciso. Segundo o prefeito de Ipaba, mesmo com a adoção destas medidas não está descartada a demissão de funcionários contratados.
Em toda Minas Gerais, pelo menos 138 municípios já decretaram estado de calamidade financeira. Cidades próximas a Caratinga, como Inhapim, São Sebastião do Anta e Valadares, estão na mesma situação. De acordo com a Prefeitura de Caratinga, o município tem sido administrado com seus próprios recursos, inclusive mantendo o pagamento dos professores municipais, apesar do Governo de Minas não estar repassando a verba do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica, FUNDEB. A primeira parcela do 13º salários dos servidores municipais de Caratinga foi paga, mas ainda não há data para o pagamento da segunda parcela.
O Governo do Estado informa que está discutindo com os municípios um acordo judicial para viabilizar os repasses dos valores devidos.