Em resposta ao avanço do processo de privatização das estatais mineiras, os trabalhadores da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) em Caratinga decidiram, em assembleia, iniciar uma greve a partir da próxima terça-feira (04).
O movimento é uma reação direta à aprovação, em primeiro turno, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/23, que retira a exigência de realização de referendo popular para a venda de empresas públicas do estado, como a própria Copasa, a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig).
A assembleia que deliberou pela paralisação ocorreu na sede da Gerência Regional da Copasa em Caratinga, durante o ato de mobilização dos servidores. A greve é considerada a medida mais contundente de resistência dos funcionários diante da proposta do governo estadual, que busca acelerar o programa de desestatizações com o objetivo de aumentar a arrecadação e equilibrar as contas públicas.
A decisão dos trabalhadores de Caratinga ocorre em um contexto político tenso em Minas Gerais. O governo de Romeu Zema tem defendido a privatização das estatais como estratégia para promover o ajuste fiscal e atrair investimentos privados. A PEC 24/23 foi aprovada em primeiro turno no plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na última quinta-feira (24) com 52 votos favoráveis e 18 contrários.
* Doctum TV
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O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência Pré-Hospitalar (Samu 192) de Minas Gerais pode entrar em greve nos próximos dias. Os dez consórcios de saúde que atendem 800 municípios do Estado deram prazo até a próxima terça-feira (8 de julho) para que o Ministério da Saúde ou o governo estadual inicie tratativas para estabilizar os recursos destinados ao serviço. Esses consórcios cobrem 93,7% do território mineiro e entre eles está o CONSURGE, do qual a microrregião de Caratinga faz parte.
Os investimentos no serviço são compartilhados entre os governos federal, estadual e municipal, sendo o Ministério da Saúde responsável por 50% da verba. No entanto, conforme denúncia dos socorristas do SUS-MG, a União tem repassado de 8% a 40% do valor acordado. O consórcio do Leste de Minas (CONSURGE), por exemplo, afirma ter recebido 8,3% (R$ 371,2 mil) de repasse mensal pelo Ministério da Saúde em 2024.
Em um ofício enviado à União, os consórcios do SUS denunciam a projeção de um rombo de R$ 56,8 milhões no custeio do Samu em 2025. Simultaneamente, cerca de dois mil condutores socorristas pressionam por direitos e melhores salários. Esses profissionais recebem cerca de R$ 1.700, alguns R$ 1.860, vivendo uma jornada de risco, com plantões longos e muita pressão pelo imediatismo do resgate, segundo a diretora sindical Núbia Dias.
Ameaça de greve
O Sindsaúde-MG informa que, se a greve for confirmada, as categorias ligadas ao Samu em Minas Gerais irão respeitar as regras legais para a paralisação de serviços essenciais, garantindo que a população não fique totalmente desassistida.
Fonte: O Tempo
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