Episódios de violência em escolas do Brasil motivaram a criação de um grupo de trabalho interministerial. A mobilização do Governo Federal é uma resposta ao ataque ocorrido no dia 27 de março, em São Paulo, quando um estudante de 13 anos matou uma professora e feriu outras pessoas. Nessa quarta, um homem invadiu uma creche da cidade de Blumenau e matou quatro crianças com machadadas e feriu outras cinco. Em meio a tudo isso, surgiram várias denúncias de ameaças em instituições de vários estados, chegando inclusive à região de Caratinga.

Nesta semana, noticiamos no Jornal da 89 o caso da escola estadual do distrito de Santa Luzia. A diretora escolar precisou acionar a polícia para encontrar o autor de um perfil falso no Instagram que falava em “massacre”. O menor foi identificado e ouvido na delegacia.

Depois, funcionários da Escola Estadual Alaíde Dornelas Nepomuceno, de São Domingos das Dores, encontram uma frase ameaçadora no banheiro masculino. Segundo Tenente Walquer, trata-se de um estudante que já foi ouvido.

As medidas anunciadas hoje (06) pelo governo pretendem promover a cultura da paz, com ênfase na criação de políticas públicas de segurança pública, voltadas às escolas de todos o Brasil.

O professor da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, USP, e dirigente da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, considera que as autoridades brasileiras precisam urgentemente monitorar a internet para evitar mais ataques em instituições de ensino do país.

O Massacre de Columbine (* Columbaine) citado pelo educador, aconteceu em abril de 1999, nos Estados Unidos. Além do tiroteio, o ataque complexo e altamente planejado envolveu uso de bombas para afastar os bombeiros, tanques de propano convertidos em bombas colocados na lanchonete, 99 dispositivos explosivos e carros-bomba. Dois alunos mataram 12 estudantes e um professor. Eles também feriram outras 24 pessoas.

Daniel Dara considera urgente a participação dos pais no monitoramento do que as crianças e adolescentes estão vendo na Internet.

Ele chama atenção, também, para a responsabilidade das plataformas. Na opinião dele, elas deveriam monitorar melhor o ambiente digital.

As pesquisas das quais o professor Daniel Dara tem participado têm mostrado o crescimento de uma cultura de ódio que precisa ser interrompida.